Vai, vamos deixar simples primeiro: Amontillado é o Fino ou Manzanillaque, após ao menos 3 anos vivendo sob a flor, perde a sua capa de leveduras e começa a sofrer ação direta do oxigênio. 

Isto faz com que os vinhos deste estilo ainda nos transmitam sensações produzidas pelas leveduras, mas somadas às da oxidação terminam num estilo intermediário entre o Fino e o Oloroso.

Embora seja comum que algumas barricas percam a sua flor por algum motivo inesperado, também é natural que, com o passar do tempo (e sem receber vinhos novos como refresco) as leveduras morram naturalmente, por não ter mais nutrientes de que se alimentar. Assim, muitos Amontillados nascem como continuação das soleras de Finos ou Manzanillas.

Também é possível causar isto propositalmente: alguns produtores refortificam os vinhos após alguns anos, de forma que as barricas comecem o processo oxidativo. De toda forma, quando se percebe que a flor já não está se desenvolvendo, é regra refortificar os vinhos a 17% ou 18%.

Alguns dos maiores tesouros de Jerez são Amontillados, mas seu nome faz menção a outra região (que também adoramos) onde possivelmente o estilo nasceu: Montilla-Moriles, uns 160 quilômetros terra adentro (e isso já são cenas do próximo capítulo).

 

Veja nossa Seleção de Amontillados

amontillado: NA TAÇA

É essa combinação excepcional das duas técnicas de amadurecimento de Jerez que faz do Amontillado um dos maiores destaques da região.

A parte “Biológica” contribui uma lembrança dos aromas de levedura, maçã e amêndoas, além do nervo, a sensação vibrante e um toque salino.

O lado “Oxidativo” concentra o volume, soma os aromas de avelãs e a marca da madeira. 

Esse jogo de equilíbrio entre delicadeza e potência, elegância e madeira, tornam o Amontillado uma bela ferramenta na hora de escolher comida e vinho: ingredientes difíceis e pratos impossíveis de combinar frequentemente ficam resolvidos com um resultado.

 

Para decidir o que comer

 

 

NOSSA SELEÇÃO

 

TRÊS VINHOS COM PRESENÇA CORRENTE NO MERCADO BRASILEIRO E MAIS UM, ESPECIAL, PRA VOCÊ PROCURAR QUANDO FOR VISITAR OUTRO PAÍS.

Tabanco Amontillado

Os tabancos são clássicos bares ou tabernas da região de Jerez, onde se vendia vinho, algo para comer e frequentemente se apresentam os músicos do Flamenco local.

O Amontillado tem 8 anos de envelhecimento médio (não sabemos quanto sob flor, você sabe?) e é um vinho cheio e macio para o estilo. Saboroso e intenso, um dos poucos disponíveis no estilo no Brasil.

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napoleón amontillado

Uma das Manzanillas mais incríveis do mercado – a Pastrana, uma Manzanilla Pasada – é a base deste Amontillado.

O resultado é um vinho delicado, mais leve do que a média apesar do longo envelhecimento (a Pastrana tem 12 anos de média, mais alguns de “Amontillização”…), mas muito perfumado.

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el maestro sierra
amontillado 12 AÑOS

Aparentemente há umas confusões com este vinho, que mudou de etiqueta e imagem e não é possível ser encontrado neste momento (Set.20) no Brasil.

Foto @maestrosierra.com

No entanto, vale o peso: fino, complexo, resultado de 6 anos sob flor e 6 anos em envelhecimento oxidativo, é um espetacular vinho com Indicación de Edad .

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QUO VADIS

Shhhh, fala baixo. Não espalha.

Amontillado Quo Vadis

É segredo esse vinho – ficava perdido, escondido em Sanlucar, até o Armando Guerra, da Taberna der Guerrita, começar a espalhar por aí o tanto que ele é bom.

Reza a lenda que uma Manzanilla fermentada em botas novas foi tão repudiada pelo mercado que passou anos trancafiada num subterrâneo e se tornou a base deste Amontillado com mais de 40 anos de envelhecimento médio. 

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